Com uma adoção maior do home office por muitas empresas, ambientes compartilhados viram movimento cair
A adequação das empresas ao home office por conta da necessidade de isolamento social transformou o mercado de trabalho. Profissionais tiveram que se adaptar para trabalhar dentro de suas próprias casas, algo que vai na contramão de uma tendência que vinha crescendo: os espaços de coworking. Ou, em bom português, locais de trabalho compartilhados.
De acordo com dados do Censo Coworking Brasil, em 2019 houve um aumento de 25% em relação ao ano anterior na criação destes espaços no país. Conforme esse levantamento, em 2019 existiam 90 coworkings em Santa Catarina, sendo 29 deles localizados em Florianópolis.
Mas, então, veio a pandemia
Um outro estudo realizado pelo Coworking Brasil, agora em junho de 2020, que contou com a participação de 170 espaços de diversas regiões do Brasil, mostrou que 26% dos gestores entrevistados haviam perdido 75% ou mais de seu faturamento nos três meses anteriores – ou seja, entre março e maio. A pesquisa revelou, ainda, que 43% destes locais estavam de portas fechadas em junho.
Dois meses antes, uma pesquisa realizada em abril mostrou que 52% dos entrevistados afirmaram ter caixa apenas para manter o negócio por mais um ou dois meses. Entre os coworkings participantes do levantamento, 7% afirmaram já estar com problemas financeiros e que fechar a empresa era uma possibilidade.
O Offcina Café Coworking, que existe desde meados de 2015 em Blumenau, permaneceu totalmente fechado por quase dois meses devido à pandemia de COVID-19. O espaço voltou a ser utilizado gradativamente e só retornou com todas as atividades cerca de quatro meses após o decreto de pandemia pela OMS feito em março.
Ricardo Luiz Guedes, um dos sócios do espaço, conta que no início da retomada do Offcina foi registrada uma grande baixa na utilização e procura do serviço, mas em setembro o movimento começou a normalizar. Para adequação do espaço ao distanciamento social foram alteradas a forma como as mesas estavam organizadas, os horários e a capacidade de ocupação de algumas salas.
As vantagens não deixaram de existir
Segundo Fernando Aguirre, cofundador do Coworking Brasil, com o fato de cada vez mais empresas experimentarem o home office, vai ficar evidente que deslocar dezenas de pessoas para o mesmo ponto da cidade, no mesmo horário, não faz tanto sentido.
“Como principais vantagens (do coworking) podemos citar as possibilidades de networking, troca de experiências entre profissionais de diversas áreas, encontro de possíveis clientes e fornecedores, baixa burocracia para começar, custo reduzido, flexibilidade para escalar o negócio e melhor separação da vida pessoal e profissional”, explica Fernando.
Fonte: https://www.nossotal.com/noticias/como-se-encontram-os-espacos-de-coworking-em-meio-a-pandemia/422/